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BALANÇO DA VIDA DE UM PORTUGUÊS MÉDIO

Como vivem os portugueses em Portugal? A resposta já é conhecida: mal, muito mal mesmo.
Para um cidadão de classe média, média baixa ou pobre, a taxa de esforço para manter a dignidade é enorme. O português é bombardeado com impostos, segurança social, taxas estatais para todos os serviços, taxas de hospitais, elevadas contas de electricidade, telefones, gás, gás natural, água, imposto automóvel, imposto sobre imóveis, inspecção do veículo ao nível dos países mais ricos da UE, mas o seu ordenado é sempre, quase sem excepção, o de um país de Leste...!!! Assim, os portugueses andam cabisbaixos, carrancudos, tristes, como afirmam os nossos "irmãos" espanhóis. Não têm dinheiro para se vestirem adequadamente e as mulheres não dispõem de orçamento para irem ao cabeleireiro e à manicure semanalmente como em Espanha. Em vez de ginásios, frequentam os cafés, bebem cerveza, engordam e tentam afogar as suas mágoas financeiras no futebol televisivo; em vez de cirurgias plásticas e de clínicas de estética, as mulheres portuguesas preferem os supermercados, não porque realmente os prefiram, mas porque é necessário tempo para escolher produtos brancos ou mais baratos, quase sempre colocados em posições menos evidentes nas intermináveis prateleiras dos expositores.
No final, pagas todas estas despesas, mais a escola dos miúdos, os medicamentos, livros escolares, passes sociais, gasolinas, férias, funerais e casamentos, ainda tem de haver dinheiro para comprar uma roupita nos saldos para poder comprar produtos de baixa qualidade mas com etiquetas de conhecidas lojas de roupa. Em vez das universidades, os jovens inscrevem-se agora para caixas de supermercados, para call-centers, para vendas porta-a-porta ou optam por uma vida "menos" penosa: a prostituição. Depois há os contrastes: ministros e administradores do Estado a receberem salários principescos para assinarem uns quantos papéis, favorecerem uma certa corrupção e sairem das suas funções com reformas dignas de países ricos, pelos "favores" prestados em nome dos Governos. As empresas privadas alimentam-se destes lobbies políticos, crescem e com eles criou-se uma elite de empresários que se auto-protegem e que garantem, juntamente com a classe política, que as classes mais desfavorecidas assim permanecerão por muitos e muitos anos, de preferência com cada vez menos regalias. Depois a estratégia é simples: dois meses antes das eleições, concedem-se alguns favores sociais, anuncia-se um rol de medidas políticas que "salvarão o povo da sua miséria" e lá se conseguem os votos das maiorias que permitem dar mais na cabeça do mesmo povo que as alimenta.
O Estado, implacável cobrador de dívidas, gere os seus recursos a seu bel-prazer, protege os lobbies dos ricos e dos corruptos, afoga o Zé Povinho em cada vez mais taxas, impostos e pagamento de serviços para que este saiba quem realmente manda e para que não se esqueça do seu verdadeiro papel nesta "evoluída" sociedade portuguesa, plena de "cidadania, justiça e regalias sociais" : o de ser um escravo do sistema, das famílias de novos-ricos, os mesmos que exploram os países do terceiro mundo e que são implacáveis para os mais desfavorecidos, de quem escarnecem na cara, com todos os dentes dos seus sorrisos sarcásticos, cínicos ou cruéis. Portugal desaba, e é pela mão dos governantes insensíveis, incompetentes e corruptos, que delapidam o património económico e cultural, o único que temos, e que poderia permitir que este país, pelo menos, pudesse simplesmente, EXISTIR, no mapa europeu...!!!

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